segunda-feira, 15 de julho de 2013

Relação de marchas.

Tenho pedalado com muitos colegas que já me passaram um monte de dicas. Talvez a mais importante que tenhamos que ter em mente é que temos que pedalar de forma confortável. Isso, em tese quer dizer que pedalar pesado demais pode prejudicar o rendimento e tornas sofrível demais os passeios.
Algumas dicas de troca de marcha tambem são importantes, para que nao se "erre" a troca. Sabe-se que troca de marcha em local errado, hora errada pode gerar quebra de cambio e até de corrente. Acredite, isto acontece!

A ordem correta da passagem de marchas


Uma dúvida que assola os iniciantes é a ordem correta em que a passagem delas deve ser feita. Este artigo tenta esclarecer essas dúvidas. A explicação é detalhada mas, se não tiver paciência de ler tudo, pule direto para o box azul ali no meio da página.

Passadores

Passador modelo grip-shift. A parte mais bojuda ali no meio é rotacionada para fazer a troca de marcha.
Em bicicletas com câmbio dianteiro e traseiro (são as bicicletas com 10 marchas ou mais), há dois passadores: um no lado esquerdo do guidão e outro no lado direito. Na esquerda, você tem sempre duas ou três posições; no lado direito, entre 5 a 9 posições, dependendo da quantidade total de marchas que você tiver (multiplique um número pelo outro para saber o total de marchas da sua bicicleta).
Os passadores podem ser de alavanca simples, duas alavancas (rapid-fire ou trigger shifter) ou de girar (grip shift). Nos de alavanca simples, você tem uma única alavanca que, conforme movida para um lado ou outro, aumenta ou diminui de marcha. Algumas bicicletas de estrada mais antigas têm essa alavanca no quadro.
As de alavanca dupla ou rapid-fire têm uma alavanca para aumentar e outra para diminuir, dispostas estrategicamente perto dos dedos indicador e polegar, de forma que você suba a marcha com um dedo e desça com o outro.
O sistema grip-shift é formado por uma cobertura giratória próxima à manopla, que envolve parte do guidão e aumenta ou diminui de marcha conforme girada.
Rapid-fire
Sistema rapid-fire. Em destaque, a alavanca utilizada com o indicador.
A alavanca do polegar fica embaixo do conjunto, por isso não aparece na foto.

Simples ou indexado

O sistema de câmbio pode ainda ser simples ou indexado. Os sistemas rapid-fire são sempre indexados (nunca vi não-indexado). Os outros sistemas podem ser indexados ou não.
No câmbio indexado, conforme você troca de marcha nos passadores, a corrente “pula” para o lugar exato onde ela deve ficar para que a próxima marcha entre.
Já no sistema mais simples, é você quem tem que acertar o ponto da corrente para ela entrar na posição correta ao passar a marcha. Você sabe que ainda não está na posição correta se estiver fazendo barulho.
O sistema indexado geralmente é mais vantajoso, mas apresenta um problema: quando o câmbio desregula, milimetricamente que seja, a passagem de marchas se torna difícil e às vezes a marcha não entra. O sistema se desregula com o uso, isso é normal, mas os sistemas mais caros levam mais tempo para desregular e são mais fáceis de regular.
Os sistemas mais baratos desregulam muito fácil, o que por vezes torna mais vantajoso que ele não seja indexado: melhor um sistema onde você tem que encontrar o ponto “na mão” do que um sistema indexado desregulado, onde as marchas não passam corretamente e ficam “arranhando”, ou ficam pulando de uma marcha pra outra enquanto você pedala.

Passando as marchas

A maioria das mountain bikes tem três coroas, o que significa três posições possíveis para o câmbio dianteiro.
O passador do lado esquerdo move o câmbio dianteiro, que são as marchas das coroas. As coroas são as engrenagens de corrente que ficam nos pedais. Elas têm esse nome porque se assimilam a uma coroa. A semelhança é remota, admito: parecem-se mais com coroas de espinhos do que com coroas de jóias. 
No lado direito, move-se o câmbio traseiro, que chamamos também de catraca ou cassete (pronuncia-se K7). Há uma diferença técnica entre esses dois termos, mas ela não importa agora: qualquer dos dois que você usar, será entendido. Alguns ciclistas mais antigos chamam também de pinhão.
A ordem da passagem das marchas não é sequencial. Há uma sequência lógica, mas parece ser meio misturado mesmo. Para os exemplos abaixo, usei uma relação típica de 21 marchas, a mais encontrada no mercado, mas mesmo que sua bicicleta tenha uma quantidade diferente de marchas, você entenderá os exemplos.
A ordem correta para passar as marchas em um bicicleta de “21 velocidades”, em termos de esforço crescente, é a que está listada abaixo. Considere o primeiro número de cada par como a marcha da frente (a da coroa, geralmente do lado esquerdo do guidão) e o segundo como a de trás (catraca). Em ambos os casos, a marcha 1 é a mais leve (em algumas bicicletas, vem marcada com um L, que representa “low” – baixa).
1-1 / 1-2 / 1-3 / 2-2 / 2-3 / 2-4 / 2-5 / 2-6 / 3-5 / 3-6 / 3-7
Mas não tente decorar! Você vai perceber aos poucos qual a melhor passagem de marchas. Vai entender, por exemplo, que a 2-2 é realmente mais “pesada” para pedalar que a 1-3. Você pega isso na prática, por enquanto é só entender que elas são um pouco “misturadas”.
O melhor mesmo é entender que marcha leve de um lado combina com marcha leve do outro!
1 na frente, 1 ou 2 atrás
2 na frente, 2 até a penúltima marcha na direita
3 na frente, duas últimas marchas atrás
É bem mais fácil de lembrar e funciona bem. Você usa a 1 e a 2 na direita com a 1 na esquerda, depois passa a esquerda pra dois e vai subindo a direita até a 6, depois muda a esquerda para 3 e depois usa a última na direita. Aos poucos você vai fazendo as variações, conforme pegar o jeito.

Câmbio cruzado

Existem algumas combinações de marchas que evitamos, para não forçar o mecanismo: repare que se você colocar a 3 na esquerda e a 1 na direita, ou a 1 na esquerda e a 7 na direita, a corrente fica muito esticada e um pouco torcida, desalinhada em relação ao quadro. Isso é o que chamamos de câmbio cruzado.
Essas posições forçam o mecanismo todo e exercem uma pressão lateral que a corrente não foi projetada para suportar. Como resultado, há desgaste prematuro do conjunto e em alguns casos até quebra da corrente. Evite as seguintes combinações: 1-6, 1-7, 3-1 e 3-2 (novamente usando nosso exemplo de 21 marchas), ou seja, as duas combinações mais extremas de cada ponta. Se conseguir evitar também o 2-1 e o 2-7, também é bom.
Quer dizer então que eu comprei uma bicicleta com 27 marchas mas não posso usar todas? Exatamente… A quantidade total de marchas representa apenas a quantidade de combinações possíveis, mas na prática você não deve usar todas. E, sinceramente, não sentirá falta alguma delas. Não porque 27 ou mesmo 21 marchas sejam demais, mas sim porque o que importa são os extremos. A combinação mais pesada em uma relação de 27 permite velocidade maior que a de uma de 18 e a mais leve é *bem* melhor para as subidas em uma 27 do que em uma 18…

Passando mais de uma marcha por vez

Os câmbios não-indexados (e mesmo alguns indexados) permitem ao ciclista passar mais de uma marcha por vez. Isso pode ser feito, desde que no passador da direita (câmbio traseiro) e diminuindo a marcha, mas tente passar no máximo dois números por vez.
Não faça isso na dianteira (esquerda), senão a corrente pode enroscar no mecanismo ou até cair para fora das coroas. Você também não deve passar mais de uma marcha por vez ao aumentar as marchas da traseira (direita), porque força a corrente e principalmente suas pernas.
Alguns câmbios indexados do tipo rapid-fire permitem descer de duas em duas na relação traseira com uma pressão mais forte do polegar, mas não permitem subir mais de uma marcha por vez, nem descer mais de uma na relação dianteira (claro que você pode apertar mais de uma vez se quiser, mas aí é outra história).

Subidas

Nas subidas, fica difícil passar a marcha porque você está fazendo uma força de tensão maior na corrente ao pedalar, o que dificulta ao mecanismo passá-la para outra coroa. Ela “gruda” na coroa em que está. Para facilitar essa passagem, pedale um pouquinho mais forte antes de fazer a passagem e então diminua um pouco a força que você está aplicando na pedalada, para passar a marcha girando mais leve um pouco.
Para quem dirige automóveis, é mais ou menos o mesmo conceito da passagem de marchas em um carro, em que para subir a marcha você primeiro acelera um pouco, para então pisar na embreagem e fazer a passagem. Na verdade, usando essa técnica em um bom e velho Fusca você consegue até passar a marcha sem pisar na embreagem. 

Um comentário:

  1. OLA MOÇADA...REALMENTE PARECE MUITO COMPLEXO AS TROCAS DE MARCHAS...MAIS COM A PRÁTICA SE TORNA IGUAL TROCAR MARCHA EM UM CARRO.
    VAMOS PRAS TRILHAS QUE LÁ É MUITO MAIS FACILLL!!! RSSS

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